Os mantos coloridos dos dervixes, desenhados com propósito de ensino, e às vezes imitados como mera decoração, foram introduzidos na Espanha, na Idade Média, da seguinte forma: um rei cristão, que gostava de desfiles pomposos e também se orgulhava de seu saber filosófico, pediu a um sufi, conhecido como El-Agarin, que o iniciasse em sua ciência.
- Já sabemos como prestar atenção. Temos estudado bastante, através de nossa tradição, todos os passos preliminares para chegar ao conhecimento – disse o rei.
- Muito bem – respondeu El-Agarin. – Durante o desfile de amanhã daremos uma demonstração de nosso ensinamento para Vossa Majestade.
Fizeram-se os preparativos, e no dia seguinte os dervixes do ‘ribat’ (centro de ensaio) de El-Agarin desfilaram pelas ruas estreitas da cidade andaluza. O rei e seus cortesãos estavam postados em ambos os lados do trajeto: os nobres à direita, os cavaleiros à esquerda.
Quando a procissão terminou El-Agarin se dirigiu ao rei e disse:
Todos os cavaleiros juraram pelas escrituras e por sua honra que as vestimentas eram azuis.
O rei e os nobres se mostraram surpresos e confusos. Aquela não era, de modo algum, a cor que tinham visto.
O rei ordenou então que todos os cavaleiros se preparassem para ser castigados e degradados. Os que tinham visto os mantos castanhos foram separados: seriam premiados. O processo durou algum tempo, findo o qual o rei disse a El-Agarin:
Do livro: Histórias da Tradição Sufi - Editora Dervish
Atenciosamente,
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Equipe Jovem
(contatojovem2011@gmail.com)
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